Por
Valter Machado da Fonseca
O
“Circo” eleitoral de 2012 já está montado. Desta vez os eleitores irão escolher
seus futuros prefeitos e vereadores em todos os municípios brasileiros. Chegou
a hora de um número quase infinito de candidatos saírem às ruas em busca dos
votos da população. Chegou a hora dos candidatos tirarem da cartola um leque de
propostas mirabolantes, algumas delas chegam a ser indecentes. É hora dos
denominados “tapinhas nas costas”, de visitar os eleitores de casa em casa,
tomar um cafezinho com o povo, visitarem locais nos quais nunca foram antes.
Alguns chegam até a comer um salgadinho naquele boteco que em tempos normais
(fora do período eleitoral) fazem questão de passar longe, do outro lado da rua.
Mas, vale tudo em busca do voto do eleitor incauto.
Mas,
os tempos já não são mais os mesmos!
Dá
para percebermos, nitidamente, que dia após dia, os chamados “Currais
Eleitorais” vão perdendo força. O povo já não se deixa enganar com tanta
facilidade como no passado. Esta mesma população já começa a selecionar com
mais cutela seus candidatos, exigem qualidade, qualificação, competência. Este
mesmo povo já desconfia dos discursos cheios de palavras bonitas, sem sentido e
que ele desconhece seu significado. O sofrimento desse povo em todos estes anos
de redemocratização do país fez com ele ficasse cauteloso, desconfiado e
exigente. Altamente exigente. Ainda bem! Os politiqueiros de plantão não estão
conseguindo acompanhar a sabedoria e as exigências populares. Ainda bem, outra
vez! As palavras bonitas e sem sentido já não iludem a população, o
convencimento desprovido de significado e de garantias também já não engana o
nosso povo. Em lugar do convencimento discursivo vazio, o povo exige o
convencimento prático embasado na ação real, na ação carregada de sentidos e
que dê novas perspectivas de melhoria de condições de vida e de bem estar
social para si, seus amigos, familiares e para o conjunto de sua comunidade.
O
povo avança e os candidatos retrocedem!
É
notório que o povo já não se deixa enganar com facilidade. Porém, também é
perfeitamente visível a falta de criatividade, de qualificação, de habilidades
de nossos candidatos que não conseguem acompanhar o avanço dos conhecimentos e
saberes populares e insistem na mesmice. Pelo tom das campanhas eleitorais que
vemos por aí, percebe-se que a maioria dos candidatos parou no tempo. Utilizam
do mesmo escopo de argumentos de décadas atrás, do tempo dos arcaicos e
ultrapassados currais eleitorais, período em que as eleições eram regidas pelo
medo e pelas ameaças dos coronéis. Os tempos são outros! Somente os candidatos
não perceberam a mudança do pensamento e comportamento populares. Já vi
inúmeros politiqueiros se queixarem; dizem que as instituições estão perdendo força.
Estão mesmo! Mas, os culpados são os próprios candidatos que ao se elegerem
transformam-nas em instrumentos de propinas, desvios de verbas, corrupção de
todos os tipos. Há quanto tempo o Congresso Nacional não vota nada que venha a
melhorar a vida daqueles que dizem representar? Há quanto tempo a pauta de
reuniões é marcada fundamentalmente por um número infindável de CPIs de todos
os tipos e matizes? O povo percebe tudo isso!
Os
candidatos devem achar que a população é um conjunto de imbecis, a julgar pela
qualidade do material escrito que distribuem (popularmente conhecido
como “santinhos”). Um material que não sabe apresentar sequer a biografia do
candidato, sem propostas, que mostram o despreparo completo destes cidadãos
para assumirem quaisquer cargos de gestão e/ou de representação populares. Pois
bem! Caros eleitores (as) aproveitemos esses momentos eleitorais para mostrar
aos politiqueiros de plantão que é preciso que aprendam conosco, cidadãos de bem, quais são os valores e
parâmetros que determinam a honestidade. Este é um momento importante de
mostrar a eles que o nosso voto não está à venda. Vamos ensinar a eles a
verdadeira arte de fazer política!
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