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Fonte: estrolabio.blogs.sapo.pt |
Prof. Dr. Valter
Machado da Fonseca
Pode-se
observar que quando se fala de humanidade a tendência maior é voltarmos o
pensamento para os grandes feitos dos homens, as batalhas homéricas, as eternas
disputas por territórios, a expansão das fronteiras, o domínio de um povo sobre
o outro. Quase nunca se pensa a humanidade enquanto um conjunto de seres vivos
dotados da capacidade de raciocinar (aliás, é o que separa a raça humana dos
demais seres vivos) e que fazem parte de um grande, vivo, frágil e complexo
ecossistema chamado Terra o qual se encontra em conjugação e em equilíbrio com
os demais sistemas de corpos do universo.
Quase
nunca se pensa na raça humana como possuidora de raciocínio e, portanto a maior
responsável por zelar pelo equilíbrio planetário e pela preservação da harmonia
da energia do ecossistema terrestre. A raça humana situada no topo da cadeia
alimentar deveria zelar pelos níveis tróficos inferiores, no sentido de
minimizar os déficits energéticos e o desequilíbrio ambiental do planeta. O
poder de raciocínio não nos foi dato a troco de nada. Não faz o mínimo sentido
possuir a capacidade de adquirir, reproduzir, organizar e construir novos
conhecimentos e saberes se esta capacidade se volta apenas para o indivíduo e
não para o coletivo. Se esta capacidade se volta apenas para o indivíduo humano
e não para o conjunto das espécies de seres vivos.
Gaia
(a Terra) é um ecossistema vivo e, como tudo que é vivo, é movido por forças
denominadas energia. Tudo que pulsa, que realiza atividades, que se locomove e
que realiza trabalho o faz devido à energia. A própria matéria, nada mais é do
que uma quantidade de energia concentrada em uma partícula física. Em suma,
tudo que existe, no fim das contas, não passa de energia, de energia pura encerrada
em porções de matéria. Então, podemos dizer que tudo que tem vida, o tem devido
à energia.
Assim,
a raça humana, embora possua o poder e o dom do raciocínio, é representada por
uma porção de energia altamente produtiva e reprodutiva encerrada em um corpo
físico. O nosso corpo nada mais é do que o receptáculo de uma quantidade de
energia pura e que tem por função manter o metabolismo do organismo humano. Assim,
o é também com os demais seres vivos (sejam eles animais ou vegetais).
E
os minerais? O que eles representam?
Energia!
Pura energia! Podemos verificar pelos diversos experimentos científicos, que
existe uma interação plena entre os minerais e os seres vivos. Animais e
vegetais não sobrevivem sem os minerais (K, Ca, P, O, N, H2O, H, Mg,
dentre outros). Sem os minerais, sem os sais o nosso metabolismo simplesmente
não funciona. E, quem provém os seres vivos desses minerais e sais é o grande macro
organismo chamado Terra. Vocês já conseguiram conceber a ideia da vida sem a
existência da água (H2O)? A água nada mais é que duas moléculas de
Hidrogênio unidas por uma ligação iônica fraca (energia) a uma molécula de Oxigênio.
Os minerais na verdade também são formas de energia concentradas em porções
específicas da matéria. Então, novamente voltamos à energia como fonte e
condição essencial para a continuidade da vida. A energia não pode ser criada e
nem destruída ela apenas se transforma de uma forma em outra, ou, então se
perde para o espaço indo se juntar a outras formas de energia. Nesta direção
interpretativa, o nosso corpo como um simples receptáculo de energia, é finito,
isto é, possui um tempo de validade. Portanto, a morte é uma certeza da qual
tomamos consciência assim que percebemos nossa capacidade de raciocínio. A cada
minuto que passa dá-se um passo em direção a ela. Isto é imutável, é
inquestionável. Começamos a envelhecer no momento em que nascemos! Pensem sobre
isto!
Por fim, os elementos elencados acima são
fundamentais para questionarmos: Para que serve o nosso pensamento? Por que
temos o poder de raciocínio? O ser humano não pode simplesmente passar pela
vida. Ele não pode simplesmente ignorar o planeta que o mantém vivo. Se possuímos
a capacidade de, a partir dos elementos da natureza, produzir novos
conhecimentos, tecnologias, ferramentas, utensílios, estes não podem ser
utilizados contra a Terra. O poder de raciocínio só terá sentido se utilizado
para fortalecer os elos que mantém o equilíbrio energético da Terra, o que em
última instância significa dizer que o raciocínio só tem sentido se colocado a
serviço da manutenção do ciclo de energia que mantém a vida em todas suas
formas em Gaia. Então, meus amigos e minhas amigas, a única certeza que podemos
ter é que a raça humana torna-se microscópica diante da vasta imensidão do
universo em constante expansão. Nosso corpo é um receptáculo finito de energia
que um dia (num tempo brevíssimo) se transformará em pó e a energia que o
mantivera vivo se juntará a outras formas de energia dando continuidade ao “Ciclo
da Vida” neste imenso universo em franca expansão, como nos ensinou o
extraordinário Albert Einstein.
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