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quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

A RAÇA HUMANA E O PODER DO RACIOCÍNIO

Fonte: estrolabio.blogs.sapo.pt

Prof. Dr. Valter Machado da Fonseca

Pode-se observar que quando se fala de humanidade a tendência maior é voltarmos o pensamento para os grandes feitos dos homens, as batalhas homéricas, as eternas disputas por territórios, a expansão das fronteiras, o domínio de um povo sobre o outro. Quase nunca se pensa a humanidade enquanto um conjunto de seres vivos dotados da capacidade de raciocinar (aliás, é o que separa a raça humana dos demais seres vivos) e que fazem parte de um grande, vivo, frágil e complexo ecossistema chamado Terra o qual se encontra em conjugação e em equilíbrio com os demais sistemas de corpos do universo.

Quase nunca se pensa na raça humana como possuidora de raciocínio e, portanto a maior responsável por zelar pelo equilíbrio planetário e pela preservação da harmonia da energia do ecossistema terrestre. A raça humana situada no topo da cadeia alimentar deveria zelar pelos níveis tróficos inferiores, no sentido de minimizar os déficits energéticos e o desequilíbrio ambiental do planeta. O poder de raciocínio não nos foi dato a troco de nada. Não faz o mínimo sentido possuir a capacidade de adquirir, reproduzir, organizar e construir novos conhecimentos e saberes se esta capacidade se volta apenas para o indivíduo e não para o coletivo. Se esta capacidade se volta apenas para o indivíduo humano e não para o conjunto das espécies de seres vivos.

Gaia (a Terra) é um ecossistema vivo e, como tudo que é vivo, é movido por forças denominadas energia. Tudo que pulsa, que realiza atividades, que se locomove e que realiza trabalho o faz devido à energia. A própria matéria, nada mais é do que uma quantidade de energia concentrada em uma partícula física. Em suma, tudo que existe, no fim das contas, não passa de energia, de energia pura encerrada em porções de matéria. Então, podemos dizer que tudo que tem vida, o tem devido à energia.

Assim, a raça humana, embora possua o poder e o dom do raciocínio, é representada por uma porção de energia altamente produtiva e reprodutiva encerrada em um corpo físico. O nosso corpo nada mais é do que o receptáculo de uma quantidade de energia pura e que tem por função manter o metabolismo do organismo humano. Assim, o é também com os demais seres vivos (sejam eles animais ou vegetais).

E os minerais? O que eles representam?

Energia! Pura energia! Podemos verificar pelos diversos experimentos científicos, que existe uma interação plena entre os minerais e os seres vivos. Animais e vegetais não sobrevivem sem os minerais (K, Ca, P, O, N, H2O, H, Mg, dentre outros). Sem os minerais, sem os sais o nosso metabolismo simplesmente não funciona. E, quem provém os seres vivos desses minerais e sais é o grande macro organismo chamado Terra. Vocês já conseguiram conceber a ideia da vida sem a existência da água (H2O)? A água nada mais é que duas moléculas de Hidrogênio unidas por uma ligação iônica fraca (energia) a uma molécula de Oxigênio. Os minerais na verdade também são formas de energia concentradas em porções específicas da matéria. Então, novamente voltamos à energia como fonte e condição essencial para a continuidade da vida. A energia não pode ser criada e nem destruída ela apenas se transforma de uma forma em outra, ou, então se perde para o espaço indo se juntar a outras formas de energia. Nesta direção interpretativa, o nosso corpo como um simples receptáculo de energia, é finito, isto é, possui um tempo de validade. Portanto, a morte é uma certeza da qual tomamos consciência assim que percebemos nossa capacidade de raciocínio. A cada minuto que passa dá-se um passo em direção a ela. Isto é imutável, é inquestionável. Começamos a envelhecer no momento em que nascemos! Pensem sobre isto!
 
Por fim, os elementos elencados acima são fundamentais para questionarmos: Para que serve o nosso pensamento? Por que temos o poder de raciocínio? O ser humano não pode simplesmente passar pela vida. Ele não pode simplesmente ignorar o planeta que o mantém vivo. Se possuímos a capacidade de, a partir dos elementos da natureza, produzir novos conhecimentos, tecnologias, ferramentas, utensílios, estes não podem ser utilizados contra a Terra. O poder de raciocínio só terá sentido se utilizado para fortalecer os elos que mantém o equilíbrio energético da Terra, o que em última instância significa dizer que o raciocínio só tem sentido se colocado a serviço da manutenção do ciclo de energia que mantém a vida em todas suas formas em Gaia. Então, meus amigos e minhas amigas, a única certeza que podemos ter é que a raça humana torna-se microscópica diante da vasta imensidão do universo em constante expansão. Nosso corpo é um receptáculo finito de energia que um dia (num tempo brevíssimo) se transformará em pó e a energia que o mantivera vivo se juntará a outras formas de energia dando continuidade ao “Ciclo da Vida” neste imenso universo em franca expansão, como nos ensinou o extraordinário Albert Einstein.

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