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quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS EM FOCO

Fonte: Portal G1 (216)



Prof. Dr. Valter Machado da Fonseca
As discussões sobre as elevações das temperaturas do planeta ganham, mais uma vez, os holofotes da mídia o que coloca em destaque central os debates sobre as mudanças climáticas globais. Segundo os cientistas da NASA, o ano de 2015 foi o mais quente desde 1880. É Interessante observar que a crítica acerca das ações antrópicas sobre a atmosfera do planeta, que anteriormente era feita a partir de alguns países europeus e de ambientalistas de países periféricos, agora vem do epicentro geopolítico da discussão: os EUA, por intermédio da NASA.
A aceitação da influência antropogênica nas alterações climáticas por parte de alguns setores da sociedade norte-americana já sinaliza algo positivo o que pode levar à suposição de que os entraves nas políticas globais de combate aos gases poluentes podem ser minimizados. A própria reunião realizada em Paris (2015) já dá mostras do recuo dos norte-americanos na discussão sobre a temática. Por outro lado, a linha divisória traçada a partir da polêmica “Aquecimento (ou resfriamento) natural da Terra X Aquecimento Global com fortes influências das ações antropogênicas sobre a atmosfera” ainda persiste no Intergovernmental Panel on Climate Chenge (IPCC).
O fato é que a visão reducionista que simplesmente afirma o resfriamento natural da Terra, desconsidera os demais aspectos que incidem sobre o aumento da temperatura do planeta. Ao deixar de lado aspectos importantes (variáveis) em quaisquer pesquisas científicas, tentando forçar um determinado resultado é, na verdade, falsear uma análise da realidade sobre a qual se pesquisa. E, neste caso, as ações antropogênicas são uma variável importantíssima. Quando me refiro à ação humana, é lógico que falo da tecnologia, a qual não pode ser desprezada em nenhum momento. Uma montanha, formada por processos orogênicos que podem levar milhões de anos, pode ser aplainada em meses com o auxílio das tecnologias da construção civil. Outros procedimentos tecnológicos podem destruir em pouco tempo diversos ecossistemas importantes para o equilíbrio climático do planeta (vejam o caso de Mariana como ilustração).
É lógico que em sua evolução e dinâmica naturais, o planeta está se resfriando se levarmos em consideração sua história geológica com ou sem a presença humana. Porém, ao longo do processo da história geológica da Terra, forças não naturais (antrópicas no caso) podem surgir e mudar o centro de atuação do equilíbrio energético do planeta, por exemplo, seu sistema atmosférico. Aí, neste caso, o conjunto de forças antropogênicas não porá fim ao planeta, mas poderá deixá-lo inabitável para centena de milhares de espécies de seres vivos e, dentre elas o próprio homo sapiens.  

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