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Fonte: www.historiadigital.org |
Prof. Dr. Valter Machado
da Fonseca*
Neste
próximo dia 08 de março comemora-se, mais um uma vez, o Dia Internacional da
Mulher. Mas, quem é esta mulher do século XXI? Qual ou quais as diferenças
entre a mulher atual e aquela do século passado? Na verdade, se pensarmos bem,
veremos que a história da mulher é perpassada por uma trajetória de lutas, de
batalhas coletivas e individuais, de reivindicações. A mulher do século passado
vivia num tempo, no qual era marginalizada, vivia nas lacunas do preconceito.
Aliás, este preconceito e discriminação deixaram traços que se expressam até os
dias atuais, o que pode ser verificado em frases do tipo “Por trás de um grande homem, tem sempre uma grande mulher”.
Esta frase
expressa a extrema carga de preconceitos contra a mulher, que a sociedade atual
ainda carrega. Por que a figura do homem tem que vir na frente da mulher? Se o
homem se notabiliza por causa das mulheres, então, todos os méritos são delas.
Assim, a sociedade do século XXI ainda é machista e discriminatória. Mas, a
mulher deste século vem se notabilizando, cada dia mais, graças às suas lutas,
suas mobilizações e à sua ousadia. Ela disputa, palmo a palmo, este desigual e precarizado
mercado de trabalho; na educação tem criado o diferencial e tem feito a
diferença. Áreas que eram, até pouco tempo, majoritariamente dominadas pelos
homens, a exemplo das engenharias, da mineração e da indústria da construção
civil, hoje já possuem quase 50% de mulheres.
Mas, quais são os principais problemas a serem
resolvidos ainda pelas mulheres? Mesmo obtendo conquistas
importantes ao longo da história, a mulher ainda tem muito a resolver para que
conquiste, definitivamente, a igualdade, seja na sociedade de forma geral, seja
no mercado de trabalho. Um dos problemas sérios que a mulher tem enfrentado
ainda nos tempos atuais são os assédios tanto morais quanto sexuais, seja na
sociedade, seja no emprego. Outra questão relevante que precisa ser resolvida é
o problema da dupla jornada de trabalho: a mulher cumpre jornadas exaustivas de
40 horas semanais, enfrentando ônibus e metrôs e, ao chegar ao lar, têm que se
desdobrar com as tarefas corriqueiras do cotidiano doméstico. O problema da
falta de equiparação salarial e da violência gratuita contra sua vida são
questões ainda pendentes no século XXI.
Enfim,
mesmo já tendo adquirido avanços e conquistas durante todo o seu processo histórico
de lutas e árduas batalhas, a mulher ainda tem importantes questões pendentes a
serem resolvidas no século XXI. E, cabe essencialmente aos homens (que sejam
homens de fato) auxiliarem suas companheiras a enfrentarem estes obstáculos. Cabem
a homens e mulheres de todas as cores, crenças e origens a construção de uma
trincheira de resistência contra a marginalidade, a violência, o preconceito e
a discriminação não somente contras as mulheres, mas contra homossexuais,
mendigos, indígenas, enfim contra quaisquer tipos de intolerância. Afinal, se
não existissem as mulheres, os homens também não existiriam. Se não existisse o
útero materno, a raça humana jamais teria existido sobre a face deste planeta
de infinito azul chamado “Gaia”. Como muito bem o disse Gilberto Gil: “Quem sabe, um dia o super-homem venha nos
restituir a glória, mudando como um deus o curso da história, por causa da
mulher”.
* Escritor. Geógrafo, Mestre e Doutor pela
Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Pós-Doutorando pela Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG).
Pesquisador e professor da Universidade de Uberaba (UNIUBE). machado04fonseca@gmail.com
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